quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Tankard – One Foot In The Grave (2 Cds – 2017)

Tankard - One Foot In The Grave (Cd-2017)

Ainda Longe da Saideira!
Por Trevas

Sabe aquela história de criarmos nossa própria prisão? Pois é, se encaixa perfeitamente na história do Tankard. Talvez a menos incensada do Big Four teutônico, muito provavelmente a banda deve alguns narizes torcidos por parte dos bangers malvadões a seu senso de humor exacerbado. As gaiatices envolvendo consumo de álcool excessivo e o constante uso de imagens cômicas tanto nas capas de seus discos quanto nas fotos promocionais talvez seja demais para o público thrasher, geralmente sisudo e emburrado. Bom, uma pena, pois a banda tem uma discografia extensa bem mais homogênea do que muito grupelho famoso por aí. Mas eu falei discografia extensa? É, e talvez esse seja o único senão em relação ao Tankard, os caras produzem tantos discos dentro do usualmente pouco diverso Thrash Metal que acaba por ser difícil acompanhar. One Foot In The Grave é o 17º trabalho dos bebuns, e ganhou uma excelente versão dupla nacional pela Shinigami, contendo um show inteiro no disco bônus! Bom, fui conferir o disco esperando um agradável mais do mesmo. Como se fosse pedir aquela boa cervejinha de sempre no bar de sempre...

Chama O Garçom!

De cara percebemos a estupenda produção de Martin Buchwalter e um clima algo sombrio em Pay To Pray. A letra sarcástica se encaixa perfeitamente em nossa realidade brasuca: “come to meet-and-greet the savior”, diz o pastor da canção. Uma música muito bem-feita, mas que falha em causar o impacto necessário.

Ein Prosit! Alcoholic Metal!
Ah, o refrão grudento faltou na abertura? Mas Arena Of The True Lies (ver vídeo), cola que nem chiclete na mente, com sua ácida letra feita especialmente para as mídias sociais. É um arrasa quarteirões que de alguma forma me lembrou os melhores momentos do Skyclad.


Dont Bullshit Us! Clama por Metal nas rádios. Me pergunto se ainda existem rádios...mas a música é foda, e o peso, absurdo. Não me lembro da banda soando tão violenta assim, e olha que nem de longe chamaria o som dos bebuns de frouxo. E se você já estava sentindo falta das gaiatices alcoólicas, não perca por esperar: a faixa título (ver vídeo) faz troça com a idade dos combalidos ébrios com um riff tão inspirado que dá para ouvir no repeat.


Estou falando muito sério quando digo que esse é de longe o disco mais pesado dos alemães, duvida? Vai lá e clica na política Syrian Nightmare (ver vídeo) e volta aqui depois para me contar o que achou. E não estou falando só de velocidade, Northern Crown é uma pedrada midtempo que lembra até a fase atual do Kreator, com uma rara letra que não traz nenhum sarcasmo ou gaiatice. (Mentira, um pequeno trecho da letra entrega o jogo, os caras nunca desistem, hehehehe).


A avalanche de riffs não para: Lock’em Up tem aquela cara de crossover com um refrão tipicamente (e deliciosamente) Punk Rock; e quando chega The Evil That Men Display já estou mentalmente em meio a uma roda de pogo em algum muquifo suarento por aí. Epa, aí vem um baita susto, teclado fazendo orquestração épica com direito a coro de canto gregoriano? Os caras devem estar bebendo witbier, não é possível!!! Pelo contrário, Secret Order 1516 é uma paulada épica com ótimas guitarras e uma letra sobre...a luta sagrada pela pureza da birita!


O Disco Bônus

O disco bônus traz a banda ao vivo no Rock Hard Festival de 2016. Um set de 13 faixas e quase 70 minutos de Thrash galhofeiro tocado com muita energia, começando com Zombie Attack e terminando com (Empty) Tankard. A gravação é suficientemente boa e a diversão é para lá de garantida!



Pedindo a Conta

One Foot On The Grave veio para provar que, ao contrário do que diz a própria letra da faixa título, os teutônicos alcoólatras ainda estão muito, mas muito longe de parecerem velhinhos molengas. De longe a melhor coisa que a banda já fez desde o memorável Beast Of Bourbon, e muito provavelmente um dos melhores discos de toda a carreira do Tankard! Ponha para rodar no talo e tenha cuidado para não perder sua cerveja em meio ao mosh!


NOTA: 9,02


Gravadora: Shinigami Records (nacional).
Pontos positivos: uma trauletada do início ao fim
Pontos negativos: não sei, estava bêbado quando escutei, tudo pareceu bom...
Para fãs de: Motörhead, Kreator, Sodom e birita
Classifique como: Thrash Metal


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